terça-feira, 30 de outubro de 2012

Cap.5 - Dando adeus para seus companheirinhos

"Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial AS ALIMENTA". (Mateus 6:26a)

Eles já haviam doado ou vendido tudo. Restaram poucas coisas.
O exercício do desapego foi um trabalho imenso realizado por Deus em seus corações.

Mas o mais difícil de deixar foram os seus gatinhos. Os dois estavam com eles há 8 anos, eram macho e fêmea, da mesma cor, companheirinhos queridos do casal. Foram inúmeras as vezes em que a esposa, se sentindo só, foi acarinhada por eles que percebiam sua tristeza. Seu marido trabalhava em outra cidade, eles se viam de manhãzinha e depois só no início da noite. Várias vezes em que ela precisava de um carinho durante o dia, era só olhar para um deles que logo recebia "ronrons", "beijinhos de gato", "carinhos feitos com as patinhas"... Quem gosta de gatos sabe como é.

Mas, infelizmente, uma das regras do local onde morariam era a de não permitir animais de estimação nos apartamentos. A dor tomou conta do coração daquela família quando, enfim, começaram a divulgar que estavam doando "dois lindos gatos de apartamento".

Quem tem animais em casa sabe como é a dor de perder esses queridinhos. Oraram durante aquele tempo que restava, sabendo que Deus cuidaria das grandes coisas e das pequenas também.
Veterinários os alertaram sobre o fato de que se os gatinhos fossem separados, poderiam estranhar muito por terem sido criados desde pequenos juntos. Se fossem adotados por alguém que morasse em uma casa, provavelmente fugiriam procurando pelos antigos donos. E corriam um grande risco de sentirem tanta saudade dos donos que deixariam de comer e morreriam de tristeza.

Deus sabia o quanto aqueles animais eram importantes para eles! Aquele casal tinha certeza de que Ele mostraria um lugar adequado para ambos os gatinhos morarem, juntos.

Numa tarde, o telefone tocou. Era uma moça, moradora de uma casa de muros muito altos, próprios para abrigar gatos fujões. Ela cuidava de gatinhos que eram abandonados por seus donos. Sabendo da história da família, compadeceu-se e resolveu adotá-los.

O casal foi conhecer a moça. Sua casa era grande, com muito espaço para alguns gatinhos que lá moravam, tudo muito limpinho e com comidinha boa à disposição dos felinos. O amor com que ela cuidava daqueles pequenos era notório. Então eles perceberam que aquele era o lugar separado por Deus para que eles deixassem seus gatinhos tão amados.

O momento da separação foi terrível. A angústia e a dor eram inexplicáveis. Todos choravam, a família e os dois gatinhos. Eles perceberam que algo estava acontecendo e quando foram deixados em gaiolinhas naquele lugar estranho, começaram a miar baixinho, numa mistura de medo, tristeza e dor.

Então um versículo veio forte ao coração da esposa:
"Olhais as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta". (Mateus 6:26a).
Naquele momento, Deus sussurrou em seus ouvidos:
- EU CUIDO das aves do céu. Sim, EU CUIDO. Cuidarei de seus gatinhos também. Eu amo a minha criação.

Ao deixá-los ali, o coração ficou em frangalhos. O choro os acompanhou por todo o caminho de volta. A ferida demoraria a ser curada, mas a paz que excede todo o entendimento estava ali. O que era preciso fazer, deveria ser feito. E continuaram a encaixotar suas coisas, chorando.

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