quarta-feira, 27 de março de 2013

Cap.18 - Cabelos

"Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação." (Filipenses 4:12)

Naquele mês o casal passava por problemas familiares intensos. Questões sérias relacionadas a alguns parentes estavam tirando a alegria e a leveza de seus dias. Buscaram a Deus incessantemente, levando a Ele aquela situação, sabendo que deveriam descansar nEle, mas não estava sendo fácil.

Deus é um Deus de detalhes. O que muitos entendem por "coincidência", na verdade pode ser a vontade de Deus sendo demonstrada. A Bíblia nos mostra inúmeros exemplos de como Ele usou algumas pessoas para abençoar outras e falar o que havia para ser dito. Foi assim que aconteceu com aquele casal, justamente no momento onde seus corações estavam aflitos.

Numa tarde livre, no meio de tantos afazeres e estudos, um casal de amigos que morava ali perto os chamou para participarem de um churrasco. Certamente aquele era um convite irrecusável... Passar momentos gostosos de boa conversa e risadas era tudo o que precisavam.

Chegando lá, conseguiram relaxar e não pensar em nada que os afligia. Conheceram uma pessoa que também havia sido convidada, um cabeleireiro profissional que seguia sua "carreira solo", mas que por anos trabalhara em um famoso salão de beleza do país. Os dois casais e o novo amigo passaram horas conversando sobre vários assuntos, rindo um bocado, comendo churrasco e vendo seus filhos se divertindo na grama e na lama, já que moravam em meio a natureza.

Depois de um bom tempo, o cabeleireiro começou a falar sobre a sua profissão e sobre o quão gratificante é quando usamos nossos dons e talentos para glorificar o nome do Senhor. Ao falar sobre isso, disse:

- Aliás, eu trouxe as minhas coisas, estão dentro do carro: tesoura, pentes, escovas, tudo. Vamos cortar o cabelo, minha gente?

Ela mal podia acreditar. Em meio a tanta preocupação e tristeza referentes àquela situação complicada com alguns parentes, algo inusitado acontece! Há dois meses ela vinha pensando em cortar os cabelos... E, de repente, ela conhece um cabeleireiro com experiência profissional suficiente para lhe fazer um belo corte! De graça!

- Olha meninas, agradeçam a Deus porque o corte que estou dando pra vocês é caríssimo. Aliás, não sou eu quem está dando, é Ele!

Ouvindo essas palavras ela teve certeza: Deus estava falando em alto e bom som. Ela confirmou o que a Bíblia diz sobre Deus cuidar de seus filhos, cuidar de detalhes, de nunca os desamparar ou os abandonar. E em seu coração, uma voz suave e amorosa lhe falou:

"Eu dou seu alimento. Eu dou suas roupas. Eu dou o seu corte de cabelo. Não iria Eu cuidar de todo o resto? Acalme o seu coração, confie em Mim, estou cuidando de tudo."

O cabeleireiro pegou suas coisas do carro, ajeitou uma cadeira e perguntou quem seria a primeira pessoa. Sua amiga sentou-se e enquanto seus cabelos iam sendo cortados, ela sorria e dizia "Deus é muito bom, não é?". Sim, Deus é muito, muito bom!

Ela foi a segunda a sentar-se na cadeira, depois de molhar os cabelos no chuveiro da casa de sua amiga. Respirou fundo e agradeceu a Deus por aquele carinho enquanto as mãos habilidosas do cabeleireiro faziam com que as tesouras realizassem um corte bonito e moderno.

Com os cabelos cortados, as amigas se abraçaram forte. Elas sabiam que tudo aquilo significava muito mais do que uma simples sessão de beleza. Outra amiga, que morava no andar de cima daquele prédio de dois andares, chegou admirada com o que estava acontecendo e acabou ganhando um corte de cabelo também. Depois ouviram o cabeleireiro dizer:

- Gente, e as crianças, não precisam de corte? Vamos fazer o delas também!

E lá foram os filhos, todos sentando na cadeirinha e recebendo um corte de cabelo profissional durante a tarde, enquanto pássaros cantavam, o vento balançava as folhas das árvores e os outros alunos do seminário passavam ali perto, rindo ao ver a cena. As mechas de cabelos caíam ao chão e as crianças se divertiam.

Naquele final de tarde, enquanto voltavam para casa, sentiram-se renovados. Aquela não foi apenas uma tarde onde ganharam cortes de cabelo e comeram churrasco com amigos, mas foram horas de refrigério dadas por Deus para que pudessem aguentar por mais um tempo aquela situação difícil com os familiares.

Depois de poucas semanas, o casal recebeu uma notícia maravilhosa: tudo aquilo que vinha trazendo tanta tristeza e preocupação havia sido resolvido. Deus resolveu tudo de uma maneira sobrenatural e incrivelmente linda. Da maneira dEle.

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quarta-feira, 13 de março de 2013

Cap.17 - O sumiço

No final do ano todos os seminaristas precisavam fazer um estágio em algum lugar. O seminário oferecia opções para que se fizesse dentro da própria organização, na cidade onde moravam ou em outras cidades.

Sendo assim, a família foi para uma cidade em Goiás, passar 4 semanas na organização, trabalhando em estâncias e acampamentos.
Era um lugar muito grande, com vários apartamentos, hall, ranchos, salas, caminhos na mata, bares e piscinas.

Durante esse tempo, o filhinho do casal corria pra lá e pra cá, sempre feliz e brincalhão. A esposa trabalhava no que podia, já que passava a maior parte do tempo olhando aquele menininho tão esperto que não se cansava nunca! O descanso vinha quando ele ficava no parquinho, brincando na areia e nos brinquedos, ou quando iam juntos para a piscina nas horas vagas.

O tempo passado ali foi muito bom! Fizeram novos amigos, aprenderam, cresceram em Deus, divertiram-se, cantaram, apresentaram peças teatrais, cortaram grama, pintaram, cuidaram de crianças, deram estudos para adolescentes, aconselharam jovens e adultos, orientaram, riram e choraram.

No dia-a-dia daquela agitação toda, algo inusitado aconteceu. O filhinho deles estava com a mãe, enquanto ela conversava com uma pessoa. Então ele perguntou pelo papai, que estava a 100 metros dali. A mãe concordou que o menino fosse até o pai, acompanhando-o com o olhar. Quando eles se encontraram, ela sossegou e continuou a sua conversa.

O pai, por sua vez, estava ocupado. Abraçou o filho, o beijou e o colocou de volta ao chão, imaginando que a mãe ainda estava de olho nele. O menino correu e quando o pai viu que ele ia de encontro à mãe, parou de observá-lo, imaginando que ele chegaria até ela. Mas, resolvendo mudar de direção, o menino foi embora sem que o pai ou a mãe o vissem.
Após 15 minutos, ambos estavam sossegados. A mãe imaginando que o filho estava com o pai. O pai imaginando que o filho estava com a mãe. Quando ele a olhou e viu que o menino não estava com ela, correu perguntar:
- Amor, cadê o nosso filho?
- Ué, não está com você?
- Não!
- Meu Deus, eu pensei que ele estava com você esse tempo todo! Eu vi você pegá-lo no colo!
- E eu vi ele correndo pra encontrar com você!
- Meu Deus!!! Vamos procurá-lo!

O coração disparou, o estômago gelou. Onde estaria aquela criança de dois anos e meio? Os dois corriam de um lado para o outro, perguntando a todos: "Vocês viram o nosso filho? Nos ajudem a procurá-lo, ele sumiu!".

Em poucos minutos toda a equipe que trabalhava nas estâncias e acampamentos estavam correndo por cada canto, procurando pelo menino tão querido por todos. Mais de 30 minutos se passaram e nada de encontrá-lo. Alguns procuravam pelos apartamentos, outros pelos caminhos de terra e mato, outros pelos ranchos, alguns pelo estacionamento e pelas casas ao redor. Nada.

Depois de 50 minutos, uma das pessoas que o procurava gritou:
- Gente, alguém acabou de dizer que viu uma criança indo para o lado das piscinas! Vamos até lá!

Naquela altura dos acontecimentos a mãe já não tinha forças para correr. Ao imaginar que seu filho poderia ter caído em uma das piscinas as suas pernas bambearam, ela começou a tremer e a perder o fôlego.
- Gente... por favor... vão na frente... corram... por favor...

Chegando na área das piscinas, todos olhavam desesperados para o fundo de cada uma delas. Nada de encontrar o menino. Foi quando um homem que estava ali por perto disse:

- Vocês estão procurando por um menininho de uns dois anos? Ele estava aqui, na beirada da piscina. Ele estava com dois cavalinhos de plástico nas mãos, então ele os jogava na piscina e depois mexia na água, debruçado na beirada, pra que os cavalinhos chegasse até ele novamente. Quando percebi que não vinha nenhum adulto, perguntei onde estavam o papai e a mamãe dele. Ele respondeu "tão lá em cima!". Então eu disse pra ele voltar pro lugar onde eles estavam. Ele saiu daqui já há algum tempo.

A correria continuou. Todos se separaram e voltaram a procurá-lo. Foi quando viram o pequeno fugitivo entrando no hall que dava acesso ao refeitório. Quem viu, gritou "olha ele alí no hall"! A mãe, aos prantos, correu até ele e o abraçou. Soluçando muito, o beijava sem parar e dizia "meu amor, meu amor"...

O pai correu para abraçá-los e ficaram os três ali por um tempo, juntos, louvando e agradecendo a Deus pelo livramento dado por Ele. Aquele menino poderia ter se perdido no meio da mata, se machucado ou até caído na piscina e se afogado. Mas ele estava vivo e bem. Graças a Deus.

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