quarta-feira, 13 de março de 2013

Cap.17 - O sumiço

No final do ano todos os seminaristas precisavam fazer um estágio em algum lugar. O seminário oferecia opções para que se fizesse dentro da própria organização, na cidade onde moravam ou em outras cidades.

Sendo assim, a família foi para uma cidade em Goiás, passar 4 semanas na organização, trabalhando em estâncias e acampamentos.
Era um lugar muito grande, com vários apartamentos, hall, ranchos, salas, caminhos na mata, bares e piscinas.

Durante esse tempo, o filhinho do casal corria pra lá e pra cá, sempre feliz e brincalhão. A esposa trabalhava no que podia, já que passava a maior parte do tempo olhando aquele menininho tão esperto que não se cansava nunca! O descanso vinha quando ele ficava no parquinho, brincando na areia e nos brinquedos, ou quando iam juntos para a piscina nas horas vagas.

O tempo passado ali foi muito bom! Fizeram novos amigos, aprenderam, cresceram em Deus, divertiram-se, cantaram, apresentaram peças teatrais, cortaram grama, pintaram, cuidaram de crianças, deram estudos para adolescentes, aconselharam jovens e adultos, orientaram, riram e choraram.

No dia-a-dia daquela agitação toda, algo inusitado aconteceu. O filhinho deles estava com a mãe, enquanto ela conversava com uma pessoa. Então ele perguntou pelo papai, que estava a 100 metros dali. A mãe concordou que o menino fosse até o pai, acompanhando-o com o olhar. Quando eles se encontraram, ela sossegou e continuou a sua conversa.

O pai, por sua vez, estava ocupado. Abraçou o filho, o beijou e o colocou de volta ao chão, imaginando que a mãe ainda estava de olho nele. O menino correu e quando o pai viu que ele ia de encontro à mãe, parou de observá-lo, imaginando que ele chegaria até ela. Mas, resolvendo mudar de direção, o menino foi embora sem que o pai ou a mãe o vissem.
Após 15 minutos, ambos estavam sossegados. A mãe imaginando que o filho estava com o pai. O pai imaginando que o filho estava com a mãe. Quando ele a olhou e viu que o menino não estava com ela, correu perguntar:
- Amor, cadê o nosso filho?
- Ué, não está com você?
- Não!
- Meu Deus, eu pensei que ele estava com você esse tempo todo! Eu vi você pegá-lo no colo!
- E eu vi ele correndo pra encontrar com você!
- Meu Deus!!! Vamos procurá-lo!

O coração disparou, o estômago gelou. Onde estaria aquela criança de dois anos e meio? Os dois corriam de um lado para o outro, perguntando a todos: "Vocês viram o nosso filho? Nos ajudem a procurá-lo, ele sumiu!".

Em poucos minutos toda a equipe que trabalhava nas estâncias e acampamentos estavam correndo por cada canto, procurando pelo menino tão querido por todos. Mais de 30 minutos se passaram e nada de encontrá-lo. Alguns procuravam pelos apartamentos, outros pelos caminhos de terra e mato, outros pelos ranchos, alguns pelo estacionamento e pelas casas ao redor. Nada.

Depois de 50 minutos, uma das pessoas que o procurava gritou:
- Gente, alguém acabou de dizer que viu uma criança indo para o lado das piscinas! Vamos até lá!

Naquela altura dos acontecimentos a mãe já não tinha forças para correr. Ao imaginar que seu filho poderia ter caído em uma das piscinas as suas pernas bambearam, ela começou a tremer e a perder o fôlego.
- Gente... por favor... vão na frente... corram... por favor...

Chegando na área das piscinas, todos olhavam desesperados para o fundo de cada uma delas. Nada de encontrar o menino. Foi quando um homem que estava ali por perto disse:

- Vocês estão procurando por um menininho de uns dois anos? Ele estava aqui, na beirada da piscina. Ele estava com dois cavalinhos de plástico nas mãos, então ele os jogava na piscina e depois mexia na água, debruçado na beirada, pra que os cavalinhos chegasse até ele novamente. Quando percebi que não vinha nenhum adulto, perguntei onde estavam o papai e a mamãe dele. Ele respondeu "tão lá em cima!". Então eu disse pra ele voltar pro lugar onde eles estavam. Ele saiu daqui já há algum tempo.

A correria continuou. Todos se separaram e voltaram a procurá-lo. Foi quando viram o pequeno fugitivo entrando no hall que dava acesso ao refeitório. Quem viu, gritou "olha ele alí no hall"! A mãe, aos prantos, correu até ele e o abraçou. Soluçando muito, o beijava sem parar e dizia "meu amor, meu amor"...

O pai correu para abraçá-los e ficaram os três ali por um tempo, juntos, louvando e agradecendo a Deus pelo livramento dado por Ele. Aquele menino poderia ter se perdido no meio da mata, se machucado ou até caído na piscina e se afogado. Mas ele estava vivo e bem. Graças a Deus.

É sua primeira vez por aqui? Não deixe de ler o começo dessa história clicando aqui
Depois é só ler os capítulos seguintes para conhecer mais histórias :)

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