sábado, 4 de setembro de 2021

Cap.28 - A visita inesperada

 "Como é precioso o teu amor, ó Deus! Os homens encontram refúgio à sombra das tuas asas". (Salmos 36:7)

Depois que eles tiveram que doar seus gatos amarelos Lenny e Meggy para irem morar no seminário (clique aqui para relembrar essa história) e depois de todo sofrimento que viveram com essa separação, os dias foram seguindo. O coração do casal doía de saudades.

Depois de um tempo, o pai dele faleceu. Ela ficou de luto pela perda do sogro por mais de um mês e sentiu muita falta de seus dois gatinhos que sempre lhe faziam companhia em tempos de tristeza.

Numa noite em que ela não conseguia parar de chorar, seu filhinho dormia e seu marido estava na aula do seminário. Ela se sentiu particularmente sozinha. Outros pensamentos lhe vieram e a solidão bateu forte.

Foi então que ela começou a ouvir um barulho na porta. Estranhou. Eles moravam no último andar de um prédio de três andares. Era por volta de 22h. Talvez fosse um bicho, mas que bicho?

Quando abriu a porta, lá estava ele, um gatinho. 

Ele era amarelo e branco, como os seus! Ela não sabia de onde havia vindo, já que eles nunca o viram nas imediações do condomínio. Aliás, era proibido ter animais por ali.

Ele a olhou, miou e se esfregou em sua perna, como se a conhecesse há muito tempo. Quando o pegou no colo, ele começou a miar e fazer carinho, olhando-a com ternura. Ela simplesmente não acreditava no que estava acontecendo.

Então ficaram ali, "conversando":

- Papai do Céu mandou você aqui, foi? Você veio me fazer um carinho nessa noite triste?
Ele "respondia" fechando os olhinhos e miando do jeitinho mais fofo possível.

Ela lhe deu água para beber e amassou algumas bolachinhas com leite pra comer. 
Seu marido chegou da aula e não acreditou no que viu:

- Meu Deus, ele é muito parecido com o Lenny e a Meggy!!
- Eu sei, eu sei! - ela respondeu.
- Mas você sabe que não podemos ficar com ele...
- Eu sei, eu sei... - ela tornou a responder, já conformada.

O gatinho passou a noite com ela, dormindo ao seu lado.

Quando acordou no dia seguinte, percebeu que ele fazia aquela massagenzinha característica de gatinhos em sua barriga e ouviu aquele ronronado delicioso, de quem estava amando estar ali. 

Ela o pegou no colo, fez muito carinho, deu beijinhos e começou a se despedir com o coração grato. O colocou no chão da sala, agradeceu pela visita, chorou mais um pouquinho. 

Quando abriu a porta da sala, ele se esfregou em suas pernas miando e foi embora. 
Ela nunca mais o viu. 
E aquela visita inesperada ficou para sempre em seu coração.


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