Cap.14 - O caminhão amarelo

"Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus". (Lucas 18:16)

- Mamãe, me dá um caminhão amarelo?

Esse foi o pedido do filho, com os olhinhos encharcados de emoção e esperança. Seu melhor amigo, um ano e meio mais velho, sempre brincava com um caminhão amarelo lindo, grande, com escavadeira e grandes rodas pretas, igualzinho aos de verdade.

- Filho, não dá pra mamãe e o papai darem um caminhão pra você agora...

O coração da mãe ficava apertado cada vez em que o filho fazia um pedido como esse. Naqueles meses em que estavam sendo sustentados através de ofertas, nada havia faltado. Deus jamais deixou que passassem necessidade e isso era maravilhoso. Seu filho sempre ganhava coisas novas ou usadas, de várias pessoas... Mas ás vezes ele queria algo específico e isso geralmente não era possível dar.

- Olha só, nós não temos dinheirinho pra comprar um caminhão desses agora. Mas sabe de uma coisa? Você pode pedir pro Papai do Céu. Ele sempre tem o melhor pra você. Se o melhor for você ganhar um caminhão, então Ele dará, pode ter certeza. Se ganhar um caminhão não for a melhor coisa, Ele com certeza cuidará do seu coração.

- Então eu posso pedir, mamãe?

- Pode.

- Papai do Céu, por favor, me dá um caminhão amarelo? Em nome de Jesus, amém.

Naquele instante a mãe já se planejou. A primeira oferta que ela e o marido ganhassem e que não tivesse um destino específico ou não fosse para pagar contas, ela usaria para comprar o caminhão. O brinquedo não era caro, talvez em um ou dois meses ela conseguisse juntar o valor.

Uma semana se passou.

Uma amiga da família foi visitá-los para passarem o final de semana juntos.

Quando chegou, subiu os quatro lances de escada com um sorriso enorme, uma mala, uma mochila e um pacote de presente. Depois de muitos abraços apertados cheios de saudade, ela chamou a criança no sofá e disse:

- Sabe, eu fiquei sabendo que você fez aniversário esses dias, é verdade?

- É!

- Então... Eu fui a uma loja comprar um presente pra você! Mas não é qualquer presente não. É um presente igual ao que eu também tive um dia, o meu pai me deu uma vez e eu fui muito feliz brincando com ele.

Quando a mãe olhou para o tamanho do pacote, estremeceu. Era do tamanho do caminhão amarelo. Não podia ser... Ela não havia comentado nada com ninguém! Foi então que sua amiga olhou para ela e disse:

- Amiga, quando eu fui à loja comprar o presente dele, eu olhei, olhei, olhei tudo, procurando e orando. Eu queria dar um presente que ele gostasse muito! E quando eu vi esse, o meu coração disparou! Não sei explicar, mas eu tive certeza de que tinha que comprar esse.

Quando ela entregou o pacote, as mãozinhas do menino começaram a rasgar o papel rapidamente, cheias de ansiedade, curiosidade e alegria.  E então o presente surgiu, enchendo de lágrimas os olhos do casal.

- Mamãe! Mamãe! O caminhão amarelo que eu queria! Deus ouviu a minha oração! Ele me deu o caminhão amarelo!

Mais uma vez Deus fez infinitamente mais do que tudo o que aquela família havia pedido ou pensado. Fez de uma maneira maravilhosa, para que não houvesse dúvidas de que quando Ele quer, Ele faz. E faz da maneira dEle, a maneira mais linda e no tempo certo. Faz tudo para Sua honra e Sua glória.

- É, filho. Deus ouviu a sua oração mesmo! Te dar o caminhão amarelo era o melhor! E sabe de uma coisa? Quando a “tia” foi à loja procurar um brinquedo pra comprar pra você, Deus sussurrou no ouvido do coração dela assim:

“Leva esse aqui. Leva o caminhão amarelo pra ele”.

No dia seguinte, nos arredores do prédio onde moravam, um caminhão de verdade, igualzinho ao dele, chegou para nivelar as ruas de terra. 

A alegria foi geral! Ele correu pegar o seu brinquedo e foi bem perto pra ver o caminhãozão trabalhando. O motorista, um moço super legal, o deixou subir e até fazer de conta que estava dirigindo. 

Coincidência? 

Para Deus não existem coincidências... 

Aquele caminhão nunca mais voltou a fazer trabalhos naquelas ruas. Ele só apareceu naquele dia. E Deus continuou fazendo infinitamente mais na vida daquele menino querido.

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