terça-feira, 13 de novembro de 2012

Cap.8 - Mamãe acordou

"Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou." (Salmos 3:5)

Já há alguns meses moravam lá. O dia-a-dia era gostoso, mesmo com tantos desafios e uma rotina tão diferente de tudo o que já haviam vivido.

Certo dia, ela teria que ficar sozinha em casa com seu filho que havia tido febre na noite anterior. Todos do seminário iriam para um outro lugar realizar um trabalho especial durante todo o dia e seu marido também iria. O lugar ficaria vazio e solitário. Era a primeira vez que ficaria sozinha dessa maneira por lá.

Ela acordou, cuidou de seu filhinho e então foi tomar alguma coisa. Tirou uma caixinha de "leite de soja com abacaxi e hortelã" da geladeira, colocou o suco no copo e tomou dois goles. O filho começou a chorar e então ela foi socorrê-lo, esquecendo-se de terminar o seu café da manhã. Seu marido arrumava as coisas para sair.

Depois de quinze minutos ela começou a sentir uma coceira estranha nas pernas. Começou bem pequena, em algumas partes, mas depois foi aumentando... Quando percebeu, em menos de 5 minutos seu corpo estava todo inchado, cheio de brotoejas enormes. Eles não tinham plano de saúde local e o pronto socorro ficava muito longe. Além disso, a demora seria muito grande para atendê-los, pois o PS já era conhecido por essa característica. Apavorada, foi levada rapidamente pelo marido à única casa onde havia alguém: a casa de uma mulher que era enfermeira-padrão. Chegando lá, o diagnóstico foi o de uma terrível reação alérgica.

- O que você comeu?
- Nada! Acordei e tomei dois goles de leite de soja com sabor de frutas, só isso.
- Foi algo que você toma frequentemente?
- Não, eu nunca havia tomado daquela marca e daquele sabor.
- Então foi isso. Provavelmente o seu corpo desencadeou essa reação ao produto.

A enfermeira a medicou e disse:

- Fique atenta. Com a ingestão desse remédio você terá que melhorar. Se piorar, procure imediatamente um médico. Se a reação alérgica não for contida, poderá acontecer em seu corpo por dentro também e poderá fechar a sua garganta. Se fechar a garganta será muito perigoso, você não conseguirá engolir ou respirar. Não brinque com isso, ok? Preciso ir agora, eu e minha família temos um compromisso na cidade. Só fique aqui sozinha se você tiver certeza de que estará bem.

Ela voltou pra casa agradecendo a Deus por ter sido tão prontamente medicada. Aquela enfermeira-padrão havia se formado nos Estados Unidos e lá esses profissionais sabem tanto quanto um médico. Ficou tranquila e foi pra casa. As coceiras começaram a diminuir e ela entendeu que realmente estava melhorando, sentindo-se segura para ficar sozinha em casa.

- Você tem certeza de que está melhor?
- Tenho, querido, fique sossegado. Já estou melhorando.
- Posso ir mesmo?
- Pode, não se preocupe.

Seu marido pegou o carro e foi embora. Tudo parecia sob controle.

Foi quando, de repente, as brotoejas começaram a aumentar e a coceira passou a ser insuportável. Seu corpo todo coçava, da cabeça aos pés. Uma tosse estranha começou a aparecer, junto com um aperto na garganta. Ela começou a se sentir muito mal, com uma tontura terrível, uma dor de cabeça insuportável, coceira nos ouvidos, nos olhos e por dentro da boca. Já não conseguia mais engolir direito, a sensação era a de que a garganta estava se fechando. Tudo estava acontecendo muito, muito rápido! Até que começou a sentir uma dificuldade enorme para respirar.

Não havia mais ninguém por lá, nem mesmo a enfermeira.
Ela estava sozinha com o seu filho que brincava sossegadamente em seu quarto, sem perceber nada.
Já quase fora de si, sem conseguir respirar, colocou uma mão no pescoço e outra na cabeça.
Com o pouco de fôlego que restava, clamou:

- Meu Deus, me ajude! Preciso de sua cura imediatamente! Senhor, tem misericórdia de mim!

Ela chegou a perder os sentidos.

Quando abriu os olhos, estava deitada no chão. Olhou para o relógio e viu que havia se passado 10 minutos. Seu filho estava fazendo carinho em seu rosto, dizendo "mamãe, acóda"... As coceiras haviam cessado, a garganta estava normal, a respiração havia voltado, as dores terminaram.

- Mamãe acodô?
- Sim, meu amor. A mamãe acordou. Eu te amo!

Ela o abraçou, chorando.

É sua primeira vez por aqui? Não deixe de ler o começo dessa história clicando aqui
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